sábado, 27 de março de 2010

Sensual





Nada a dizer antes de sentir
Ter ou não ter
Repetir...
Olhar assim
Como quem não quer,
Ouvir um sim
E querer demais,
Dividir pra valer
Chegar bem fundo
E ser natural,
Ser sensual
Mais do que normal
Refletir você
Nada a dizer antes de provar
Todo prazer
Recordar...
Chegar ao fim
E ir um pouco mais
Correr atrás,
Já que tanto faz
Ser ou não pra valer
Chegar bem fundo
E ser natural,
Ser sensual
Mais do que normal
Refletir você...



composição: Ricardo Feghali - Cleberson Horsth - Claudio Rabelo

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Soneto de Aniversário



Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.



(Vinicius de Moraes )


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Por Luís Fernando Veríssimo.


Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... nem morta!